segunda-feira, 30 de junho de 2008

JOVENS SOLIDÁRIOS

O sofrimento humano parece ser um tópico pouco atractivo para os jovens. Para eles existem outras realidades que lhes interessam mais.
Devo dizer que na minha experiência quotidiana tenho sido confrontada com realidades bem diferentes. Sempre que os desafio para alguma actividade de índole solidária, sinto nesta miudagem um entusiasmo e uma grande vontade de ajudar.
Este ano foi-lhes feita a proposta de colaborarem com a campanha por Darfur e, particularmente, no apoio a uma escola do Nyala.
O entusiasmo foi grande! Participaram numa sessão de sensibilização para o tema, orientada por um missionário comboniano. Ficaram tocados pelo sofrimento de tantos jovens e tantos adultos que vivem em campos de refugiados no Darfur e, por isso, um dos trabalhos que aqueles jovens realizaram com muito empenho foi a divulgação, junto dos colegas, do que se passa na região do Darfur. Um grupo, no entanto, quis realizar esta acção de sensibilização na sua terra, junto dos seus vizinhos. Foi bonito ver com que entusiasmo organizaram esta actividade na sua terra, num Domingo à tarde. Convidaram-me a estar presente. Fiquei muitíssimo feliz por constatar as capacidades e o empenhamento dos jovens para acções de tipo solidário, sempre que são desafiados a ajudar quem mais precisa!

domingo, 29 de junho de 2008

PATRIARCA DE LISBOA: 30º ANIVERSÁRIO DA ORDENAÇÃO EPISCOPAL

Homem de fé. De uma fé profunda. Homem de oração e, por isso, de diálogo. Homem de cultura, sempre pronto a ler os sinais dos tempos para, assim, estabelecer pontes de diálogo com a sociedade do seu tempo.
Como Bispo, como Pastor, tem trabalhado de forma arrojada, inteligente e solícita.

sábado, 28 de junho de 2008

CAMPANHA GLOBAL PELA EDUCAÇÃO

Final de Junho. Tempo de férias. Tempo de lazer para milhares de jovens portugueses que já estão de férias... isto é, para aqueles que não têm exames...
Ainda assim atrevo-me a escrever sobre a Campanha Global pela Educação. Esta campanha internacional envolve ONG's, sindicatos, escolas, movimentos sociais que defendem o direito à educação. Nascida em 1999, o objectivo da CGE é o de pressionar todos os governos do Mundo no sentido de fazerem cumprir as declarações e legislações internacionais, para que todas as crianças e jovens tenham acesso à educação e, por outro lado, que os governos de todos os países cumpram a promessa de atingir um ensino primário gratuito, de qualidade e universal até 2015.
A educação em números:
-Na Zâmbia, a dimensão média de uma turma é de 64 alunos por professor, em muitas escolas é de mais de 100 crianças por turma.
- Nas escolas primárias da Libéria, há 27 crianças para cada manual.
- Em países como o Quénia, o Malawi, Moçambique, Uganda, Tanzânia e Zâmbia, mais de metade das crianças de 11 anos aprendem em salas de aula mas não têm qualquer livro.
- Adultos, no mundo inteiro, que não sabem ler nem escrever: mais de 750 milhões.
Ler mais sobre a Campanha Global pela Educação: http://www.educacaoparatodos.org/

A FORÇA DA TUA PRESENÇA!

M.A.Kirk - Lava-pés

Senhor!
Desde a Eternidade me chamaste,
para partilhar conTigo
a Vida que me confiaste.
Permite que cada minuto
seja aproveitado,
no intenso Amor que por Ti nutro.
Permite que nem um minuto
seja desperdiçado:
pois a Vida é curta,
para plenamente Te amar!

Senhor!
Peço-Te ainda que me ajudes a descobrir
a melhor forma de Te amar e de Te servir,
no meu irmão, que Teu filho é!

Senhor!
Quero sentir nele
a força da Tua presença,
para que o ame com a mesma intensidade
com que sou chamada
a amar-Te!

Ana Ivens

TRANSFIGURAÇÃO

Robert Liddicoat - Golgotha

Senhor!
Transfigura-me para que,
à Tua imagem e à Tua semelhança
ame o Pai com a mesma intensidade
com que Tu O amas!

Senhor!
Transfigura-me para que,
à Tua imagem e à Tua semelhança
ame o meu próximo com a mesma intensidade
com que Tu O amas!

Senhor!
Transfigura-me para que,
à Tua imagem e à Tua semelhança
transmita a todos os que me rodeiam,
a Tua Paz, a Tua Alegria e a Tua Esperança!

Ana Ivens

ANO PAULINO

Começa no dia 29 de Junho o ano paulino. Em Roma, em Lisboa, em todo o Mundo, durante um ano a figura de S. Paulo vai ser recordada. É um tempo propício para a leitura das suas epístolas. Mas a sua vida só faz sentido em função de Cristo. Toda a sua acção apostólica aponta sempre para a figura de Cristo.
Paulo continua com uma grande actualidade já que "protagonizou, na sua experiência de Apóstolo, o alargamento do horizonte dos destinatários do Evangelho, problema actual na relação da Igreja com a sociedade."
D. Anacleto Oliveira, Bispo Auxiliar de Lisboa, é autor de um itinerário catequético tendo Paulo como guia: além do conhecimento mais profundo do Apóstolo, percorre-se, durante 52 semanas, as principais etapas do caminho cristão.

SIDA

A Cruz Vermelha Internacional calcula que vinte e dois milhões e meio, dos trinta e três milhões de pessoas por todo o mundo, portadoras do vírus HIV, vivam na África austral. Assim, uma em cada dez pessoas é seropositiva na África do Sul, Zimbabué, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Suazilândia e Zâmbia.
A SIDA é a primeira causa de mortalidade nos países da África subsariana, onde se concentram dois terços dos seropositivos do Mundo.

DIA INTERNACIONAL DE APOIO ÀS VÍTIMAS DA TORTURA

Uma semana depois de se comemorar o Dia Internacional do Refugiado, eis que, no dia 26 de Junho, se celebrou o Dia Internacional de Apoio às Vítimas da Tortura.
Ainda que pareça que se está a cair na rotina, com tantos Dias Internacionais, nunca é demais despertar as consciências "adormecidas" da opinião pública mundial, para tantas situações de desrespeito pelos direitos humanos que continuam a acontecer. É necessária uma ética mundial, onde os mais fracos (pessoas ou países) não sejam ignorados pelos detentores do poder. (Foto : © UNICEF/ Giacomo Pirozzi )


sexta-feira, 27 de junho de 2008

MARGUERITE BARANKITSE

No passado fim-de-semana ouvi o testemunho de Marguerite Barankitse, no Congresso Eucarístico em Québec. No meio de um país, o Burundi, assolado pela guerra civil até há poucos anos atrás, Marguerite Barankitse arranjou forças para proteger crianças e adultos de uma morte certa. Teve sempre como suporte a fé. Entretanto, fundou a Associação Casa Shalom, uma organização não governamental do Burundi, confessional e politicamente neutra, que tem como objectivo a reunificação das famílias e a reinserção das crianças órfãs ou refugiadas. Outras prioridades apresentadas são: a assistência às vítimas da violação, a escolaridade e a formação das crianças, a criação de emprego para os jovens, a promoção do perdão, da paz e da reconciliação. Actualmente mais de vinte mil crianças e jovens beneficiam directa ou indirectamente da ajuda da Casa Shalom. Mais de cento e vinte pessoas trabalham aí.
Ler mais sobre a Casa Shalom: http://www.maison-des-anges.org/

24 XPTO

É já amanhã: 28 de Junho. A Pastoral Juvenil, a Pastoral Universitária e o sector Vocacional do Patriarcado de Lisboa, em colaboração com vários grupos juvenis dinamizam um conjunto de actividades, durante um dia. Trata-se do 24 XPTO. De acordo com a organização, o 24 Xpto é um acontecimento para todos os jovens. Objectivo? Festejar: o início do Ano Paulino; os 30 anos de bispo de D. José da Cruz Policarpo; as ordenações sacerdotais na nossa diocese.

A FOME QUE NOS DIZ RESPEITO

Transcrevo o manifesto de um grupo de participantes da Marcha contra a Fome, convocados pela Cáritas e pela Comissão Justiça e Paz dos Religiosos. Esta marcha realizou-se no passado mês de Maio em Lisboa."Nós, um grupo de cristãos, que participámos na Marcha contra a Fome, fizemo-lo em primeiro lugar como cidadãos desta terra, juntando-nos a uma feliz iniciativa da sociedade civil para dar um sinal de repúdio pela fome que envergonha a Humanidade e para, ao mesmo tempo, fazer saber que essa realidade interpela não só os responsáveis políticos pelos destinos dos povos como também cada indivíduo e assim cada um de nós mesmos.
Nas últimas semanas têm sido diversas as chamadas de atenção para a crise alimentar que está a bater à porta de muita gente. Há um mês a Comissão Europeia deixou um alerta perante a análise da situação que a obrigou a rever de forma dramática as previsões da subida dos preços dos alimentos em 2008. Na mesma altura o Secretário-Geral das Nações Unidas referiu-se ao assunto do aumento do preço dos alimentos como sendo um fenómeno global, como que um “tsunami silencioso” no preço dos alimentos. Este ”tsunami” baterá à porta de todos, mas obviamente baterá com mais violência e com consequências desastrosas junto daqueles que estão mais desprotegidos e que são os pobres: a crise provocará seguramente a morte de milhões de pessoas que já vivem abaixo do limiar da pobreza. A fome e a subnutrição que já provocam anualmente a morte de cerca de 6 milhões de crianças, vão seguramente aumentar tragicamente este número.
Também entre nós falar de fome não é uma moda. É dar conta de uma triste realidade que vai afastando o sonho de uma sociedade justa e que vai provocando um sentimento generalizado de falta de esperança, como referia a Comissão Nacional Justiça e Paz na mensagem da Quaresma do ano passado. A pobreza e as desigualdades sociais estão a agravar-se a olhos vistos. Num relatório recente do Eurostat, Portugal aparece como o país com mais desigualdade na distribuição de rendimentos na EU-25 e é o único que apresenta um desnível entre pobres e ricos superior ao dos Estados Unidos. As causas são diversas e conhecidas. As subidas frequentes e repetidas do preço dos combustíveis entre nós são apenas uma manifestação do fenómeno, que tem causas estruturais, bem como outras de ordem conjuntural que o explicam, mas que não o podem justificar. Por isso é que os cidadãos e as cidadãs querem chamar a atenção dos seus governantes para que desempenhem a sua função de promotores e garantes da justiça social. Face aos desafios que se avizinham e à agudização de tensão e lutas sociais, o Estado não pode ficar indiferente, mas tem de garantir o lugar devido aos mais fracos, sem os substituir, mas também sem permitir que sejam engolidos na voracidade da ganância, do lucro e das leis de um mercado globalizado sem regras.
Por isso apelamos aos governantes para que promovam políticas que possam corrigir o fosso que separa ricos e pobres e que tenham em vista, não o que agrada aos grupos particulares, mas sim o que pode conduzir todos os cidadãos e cidadãs a uma situação de autêntica cidadania, isto é, a condição de pessoas livres e com meios indispensáveis para tomarem o destino das suas vidas nas próprias mãos. Deixar que continue a verificar-se o agravamento do preço dos alimentos essenciais, dos cuidados de saúde, dos transportes e do acesso a uma educação efectiva só pode conduzir ao aprofundamento do fosso entre os muitos que têm pouco e os poucos que têm muito. E as consequências em termos de paz social só podem ser trágicas.
Porque falamos de um fenómeno que é também global, o Estado não pode menosprezar o seu compromisso internacional no que se refere à Ajuda Pública ao Desenvolvimento, na linha do primeiro dos Objectivos do Milénio e que consiste justamente em reduzir para metade a pobreza extrema. Também neste campo Portugal ocupa um triste lugar, uma vez que, segundo o relatório da OCDE juntamente com o Reino Unido constituem os únicos países que baixaram a sua contribuição para a APD. Infelizmente quem não ajuda o vizinho também não é capaz de ajudar os que vivem dentro de casa. Os países desenvolvidos, no relacionamento com os países em desenvolvimento, devem substituir os gestos de esmola, as migalhas, por atitudes de justiça, como declarou a Conferência Europeia das Comissões Justiça e Paz.
E porque o desequilíbrio também começa em cada um de nós, perante o drama da fome distante ou próxima, queremos afirmar que não podemos fugir da nossa responsabilidade na produção da riqueza necessária para poder ser distribuída e na prática de um estilo de vida mais simples que evite o desperdício que é sempre um roubo aos mais necessitados e que tantas vezes não passa de uma inconsciência ou de um fútil meio de ostentação.
Como pessoas que encontram a sua inspiração de vida nos ensinamentos e nas obras do Senhor Jesus entendemos que Ele no sinal da multiplicação dos pães nos quis mostrar que o milagre consiste na partilha do pouco que existe. A fome de todos poderá ser saciada não pela abundância e ostentação, mas pela justiça aliada à partilha e à simplicidade. Há alimentos suficientes para alimentar toda a Humanidade durante quase meio século; há fome porque não há partilha, nem de bens nem de oportunidades. Há fome porque toleramos a existência de instituições e leis injustas. Por isso os pequenos gestos de cada um para ir ao encontro deste grave problema podem ser um começo de solução. "

Manifesto de um grupo de participantes na Marcha contra a Fome, convocados pela Caritas e pela Comissão Justiça e Paz dos Religiosos.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

REFUGIADOS

20 de Junho. Dia Internacional do Refugiado. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados sensibilizou a opinião pública mundial para a grave situação em que vivem cerca de trinta e três milhões de refugiados nos diversos continentes.
Hoje, uma semana depois, gostaria de fazer uma referência aos seis mil e trezentos funcionários da UNHCR que trabalham e que se empenham, diariamente, para ajudar a solucionar os problemas dos refugiados.
Também quero fazer uma alusão a todos os que abandonando o conforto das suas casas, deixam tudo e de forma gratuita dão a sua vida e o seu tempo a quem mais necessita, aqui perto ou lá longe.

O OLHAR DA CRIANÇA QUE HÁ EM NÓS

O olhar de uma criança é sinónimo de inocência e de esperança. Olhando à nossa volta, contudo, nem sempre nos deparamos com realidades positivas. A questão está na forma como as olhamos, como as lemos. Perscrutando o horizonte (próximo ou longínquo) devemos fazê-lo com o olhar da criança que há em nós. Este é também o objectivo deste blogue: olhar o horizonte com esperança... Esperança num Mundo melhor.